A Casa do Tatuapé é uma construção em taipa de pilão, com seis cômodos e dois sótãos, que se diferencia de outros exemplares remanescentes do período colonial por apresentar telhado de apenas “duas águas”.
No inventário de 1698 consta o registro que comprova a construção do imóvel em um terreno que pertencera ao padre Matheus Nunes de Siqueira, que nomeou Mathias Rodrigues da Silva como administrador de seus bens, ficando a este o crédito de ter sido o construtor da casa. Em meados do século 19, o sítio passou a abrigar uma olaria onde eram fabricadas, exclusivamente, telhas. Entretanto, com a imigração italiana, a olaria passou a fabricar também tijolos. Para que a casa pudesse ser residência e depois olaria era preciso ter água nas cercanias. Este fato explica porque sua implantação esteve vinculada à proximidade de um curso d’água, situação hoje descaracterizada pela retificação do rio Tietê e canalização do córrego do Tatuapé.
Em 1945, após a morte de seu proprietário, Elias Quartim de Albuquerque, o imóvel foi comprado pela Tecelagem Textilia. Com o loteamento da propriedade, a casa restou implantada em um terreno reduzido, cercado por outras construções muito próximas. Sua atual situação urbana impede a compreensão das relações que a Casa do Tatuapé mantinha originalmente com a paisagem.
Três décadas mais tarde a Casa do Tatuapé foi adquirida pela Prefeitura do Município de São Paulo. Entre 1979 e 1980, sob responsabilidade do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), por meio de um projeto realizado em conjunto com o Museu Paulista da USP, foram realizadas pesquisas arqueológicas e, em um segundo momento, o imóvel passou por obras de restauro.
Os trabalhos foram realizados de modo a reconstituir algumas paredes que estavam por desabar, assim como o madeiramento e o telhado. Também foram restauradas as janelas com balaústres e as portas almofadadas. Com o intuito de evidenciar características da época de sua construção, conservou-se nos cômodos o piso em “terra batida”.
Em 1981 a Casa do Tatuapé foi aberta à visitação pública.
Em 1991 o imóvel passou por novas obras de preservação, e no ano seguinte a Casa do Tatuapé foi reaberta à população, abrigando atividades socioculturais.
Saiba Mais
Telhado de “duas águas”
O telhado de duas águas é uma cobertura composta de dois planos inclinados simetricamente em relação ao eixo principal da construção. A cada um destes planos inclinados que servem para o escoamento das águas pluviais dá-se o nome de água.
Há telhados de simples execução de uma única água, são conhecidos como alpendres. E outros, de quatro águas, ou quatro planos, muito utilizados nas construções rurais do quadrilátero do açúcar paulista.
(Fonte: Corona & Lemos, Dicionário da Arquitetura Brasileira, Edart, SP, 1972)
Taipa de Pilão
A taipa de pilão caracterizou todas as construções paulistas dos séculos XVI, XVII, XVIII e primeira metade do XIX, numa persistência cultural decorrente, sobretudo, do isolamento causado pela dificuldade de transposição da Serra do Mar.
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Visitas educativas
Sem necessidade de agendamento para visitas espontâneas.
Agendamento de grupos: educativomuseudacidade@gmail.com
Horário
terça a domingo | das 09h às 17h
Transporte
Linhas de ônibus consultar: www.sptrans.com.br
Linha de Metrô próxima: Vermelha – Estação Tatuapé
Consulte o aplicativo de mapas e navegação
Museu da Cidade de São Paulo / Casa do Tatuapé
Rua Guabijú, 49, Tatuapé – São Paulo – SP
03077-100